Médico Punido por Terapias Alternativas

09.02.2010

Comentário da presidenta da FENATE, Adeilde Marques, sobre o artigo abaixo, publicado no Jornal Zero Hora:

"Um dos questionamentos que fizemos ao Dr Roberto D'Ávila, no advento do I Seminário Nacional de Terapias ocorrido em 29 de novembro de 2007 na Câmara Federal, foi como o CFM estaria fiscalizando os médicos que estavam atuando com Terapias, afirmando usarem estas práticas por "darem mais lucro". E deixamos a sugestão ao Deputado Leonardo Monteiro e à Câmara Federal, que reunisse em algum momento TODOS os Conselhos da área da Saúde (Medicina, Psicologia, Enfermagem, etc, ...) para uma ampla discussão onde se pudesse redefinir o papel de cada um, e suas devidas competências.

Naturalmente foi uma sugestão que não caberia àquela Casa, mas que seria uma forma de chamar a atenção para a invasão de competências que naquele momento estava acontecendo descabidamente por todas as áreas da Saúde."

Atualmente já percebemos alguma preocupação com estas redefinições. O que precisa ser revisto, é o por quê de cada Conselho estar fugindo da sua própria proposta curricular, buscando outras alternativas paralelas para agregar às suas competências. O que será que está acontecendo que suas grades curriculares estão deixando a desejar? Não seria ideal reinvestirem no aprimoramento de suas competências, ao invés de invadirem outras?

Na nossa opinião está faltando esta capacidade de procurarem melhorar, qualificar, aprimorar cada vez mais aquilo que propuseram quando criaram suas grades curriculares e seus conselhos. Fugir disso e buscarem alternativas fora destas propostas, significa falha, e é necessário refletirem quando, como e onde começaram a falhar nas suas qualidades e especificidades.

A nossa proposta atual é trazer esta discussão ao Congresso Mundial de Saúde em Terapias que ocorrerá em setembro de 2010, para, quem sabe, se possa chegar ao consenso de que, cada categoria ratificando suas competências, possa encaminhar às outras, os casos e situações que não estão ao alcance de seus objetivos e propostas de trabalho para a qual se formaram. Isto seria a PRÁTICA ÉTICA DAS CATEGORIAS DA SAÚDE.

Parabéns ao Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers). Cada um no seu "quadrado!"" Adeilde Marques

ZERO HORA.com

05 de fevereiro de 2010 | N° 16237/Alerta

Alerta Na Saúde - Médico punido por terapias alternativas

Profissional recebeu censura pública do Cremers por ministrar cursos sobre florais e regressão.

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers) puniu o médico Mauro Kwitko por atos considerados antiéticos. No processo, o conselho entendeu que o profissional não poderia ministrar cursos sobre a terapia de florais e a terapia de regressão.

– Essas terapias são consideradas fora das normas éticas porque nunca foram comprovadas cientificamente e nem são reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina. Por isso, um médico não pode ministrar sobre elas – explica o presidente do Cremers, Cláudio Balduíno Souto Franzen.

O conselho publicou nesta semana nos jornais a chamada Censura Pública.

O objetivo dessa punição é comunicar oficialmente o profissional, por meio de um documento, e principalmente o de informar a sociedade e a outros médicos de que a prática não é reconhecida e quem faz uso dela pode ser punido.

A censura pública é considerada uma pena moderada. É mais rigorosa que as punições sigilosas, quando o nome do profissional não é divulgado.

Mas a medida é mais branda se comparada à suspensão da prática médica por até 30 dias ou à cassação do direito de exercer a medicina. A decisão pela pena ocorreu em fevereiro de 2009, mas só foi publicada agora por questões de trâmites legais.

Segundo Régis de Freitas Porto, corregedor do Cremers, esta é a segunda Censura Pública recebida por Kwitko. A anterior, também por práticas não reconhecidas, ocorreu em setembro de 2006.

– Se continuar nesse caminho, provavelmente as penas vão aumentar mais – afirma o corregedor do Cremers.

O caso serve de alerta também aos pacientes. Quem busca apoio de um médico só poderá receber desse profissional tratamento ou terapias já aprovadas pelo Conselho Federal de Medicina.

Fora disso, ele estará exercendo a profissão de maneira irregular, conforme a visão dos integrantes do Cremers.

Zero Hora

Comentário

Existem vários cursos na área das terapias que estão sendo ministrados por médicos. Por exemplo: O Curso de Homeopatia ministrado pelo Dr Carlos Lyrio, do Instituto Roberto Costa do Rio de Janeiro. O cuidado para atuar em outra competência veio da sua afiliação ao Sindicato de terapeutas estadual, e com isso sua legalidade para ministrar o curso de Homeopatia para Terapeutas, ou seja, Curso de Formação em Terapeuta Homeopata (assim denominado pela FENATE), evitando assim ferir o Código do CRM, sua categoria enquanto médico. Logo, exerce a medicina sendo amparado pelo CRM/CFM e também a profissão de Terapeuta amparado pela FENATE. Atualmente o Dr Lyrio é presidente do SIndicato dos Terapeutas do Estado do Rio de Janeiro.

Esta sim, seria a postura ética daqueles que buscam atuar em mais de uma profissão: estar legalizado e amparado nas profissões de sua escolha.

Pode-se optar por ser Psicólogo e Terapeuta Floral desde que filiado aos dois órgãos de classe. Assim nenhum Conselho teria o dissabor de ter que punir aqueles que fazem outras escolhas profissionais, optando pela ilegalidade profissional.